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- Gostei de você.
- Me conheceu faz quatro minutos.
- Cinco.
- E já esta me dizendo que gostou de mim?
- Estou.
- Você não é muito certo da cabeça não é?
- Sou.
- Você esta bêbado?
- Por quê? O que faria se eu estivesse?
- Mandaria um táxi te levar pra bem longe.
- Você nem sabe onde eu moro mocinha.
- Por isso mesmo mandaria-o para bem longe.
- Sua casa é bem longe?
- Para de bancar o babaca.
- Você fica linda brava.
- Mas eu não estou brava.
- E eu não estou bêbado.
- Mas parece.
- Eu não estou.
- Então ta.
- Vai me levar pra sua casa?
- Não.
- Por que não?
- Eu não te conheço.
- Claro que conhece, já me conhece a sete minutos.
- Eu só levaria se te conhecesse há sete meses.
- Sete minutos não bastam?
- Não.
- E oito?
- Esta sendo babaca novamente.
- Você quer rir, confessa.
- Não quero.
- Verdade?
- Não.
- Então me leva pra sua casa.
- Para que?
- Para ficarmos bêbados.
- Não tenho bebidas.
- Não me referia à bebidas.
- E então?
- Me referia a amor.
- Não sei amar.
- Eu te ensino.
- Te conheço a cinco minutos.
- Já fazem dez.
- E o que isso muda?
- São cinco minutos a mais.
- E?
- Já deu tempo de eu ler seus olhos.
- E o que estava escrito?
- Que você sabe amar.
- Eles mentem.
- Olhos não mentem moça.
- E o que os seus estão me dizendo?
- O quanto você é linda.
- Viu, estão mentindo.
- Olhos não mentem, quantas vezes terei que dizer isso?
- Quantos minutos faz que nos conhecêssemos?
- Doze, por que?
- Chama um táxi.
- Por que?
- Seus olhos me contaram que você traz algo especial consigo.
- Não tenho dinheiro.
- Não quero seu dinheiro.
- Então?
- Seus olhos me contaram que você sabe como me amar.
- E olhos não mentem.
- Sei que não.
- Treze.
- O que?
- Treze minutos.
- E?
- Treze nunca trouxe-me tanta sorte como agora.